20/01/2014

Dark Diamond, Capitulo 1 - Webcam


"Será que se foi pra sempre?
Ou será que está voltando?
É difícil de fazer a sua mente?"

Destiny Cyrus..Carolina do Norte, 6:00.

Escutei um forte "apito" que soou em meus ouvidos, ou melhor, o barulho do despertador. Abri meus olhos e mesmo com a visão embaçada consegui ver que eram seis horas da manhã. Sempre adiantava uns 15 minutos, sei bem o quando enrolo para levantar e me arrumar. Fiquei olhando para o teto, tirando as cobertas de cima do meu laptop e o abri. Entrei direto no Skype, e vi que Justin não estava online, acho que é muito cedo para as pessoas que não precisam acordarem. Ele tinha a minha idade, mas abandonou os estudos no começo do ano (último ano do segundo grau), me sentei na cama e coloquei o laptop no meu colo, digitando "Estou indo pra escola, quando eu chegar espero que já esteja acordado" no chat dele com um sorriso no rosto, para começar bem o dia só "conversando" com ele mesmo. Me levantei, como esperava 15 minutos depois, caminhei até o banheiro do quarto, lavei meu rosto para acordar e coloquei um moletom cinza escuro, uma calça jeans surrada e meu tênis de sempre. Minha escola permite ir com qualquer roupa, hoje o dia estava fresco, na verdade bem fresco. Minha aula começa ás sete horas em ponto, e termina ás onze.


Como de costume, tirava meu carro da garagem e ia ao destino da escola. Estacionei fácil, sempre está vazio, ninguém por aqui tem carros, apenas os professores mesmo. Na verdade eu dirijo antes mesmo de tirar minha carteira de motorista, sempre fui apaixonada, observava cada carro passando e falava os nomes na minha cabeça. Subi as escadas do colégio com pressa, o sinal havia batido enquanto estava no carro. Minha sala ficava no final do corredor, corri até lá e bati na porta antes de entrar, como já esperava a aula tinha começado a iniciar e como também já esperava todos da classe olharam para mim, não que eu me incomode com isso. Sentei no meu lugar, assisti todas as aulas, não me achava uma aluna tão ruim assim.

Carolina do Norte, 11:30.

Cheguei em casa meia hora depois de acabar a aula, por mais incrível que pareça tinha trânsito. Sei que é horário de pico, mas aqui na Carolina quase nunca tem trânsito, o que deixa a cidade mais calma do que já é. Subi os 5 degraus para entrar em casa, logo senti o cheirinho de comida. Coloquei minha mala na cadeira de balanço da vovó (ela passava quase o dia todo sentada ali quando era viva) e fui em direção a cozinha. 

- Já está pronto? -disse chegando ao lado dela. 

- A comida sim, mas a mesa ainda não está arrumada. Coloque os pratos e os talheres, por favor? -ela disse, minha mãe sempre foi muito certinha, regrada. 

Arrumei toda a mesa, estava morrendo de fome. Me sentei em uma das cadeiras enquanto ela colocava a comida nos pratos. Eu passava o dia apenas com a minha mãe, meu pai trabalhava das nove da manhã ás nove da noite, todos os dias menos sábado e domingo. Ela não gostava de companhia, gostava de ficar sentada na sala assistindo novelas ou filmes de drama, comia todos os dias na parte da tarde açaí trufado, que aprendeu a fazer com minha avó. Eu ficava o dia inteiro no meu quarto, fazia os deveres e ficava com Justin na webcam, é claro. Após o almoço foi exatamente isso que fui fazer, conversar com ele. 

"Pensei que não iria mais entrar." Ele digitou no mesmo instante que entrei, com toda aquela rapidez que ele tem. Dei uma risadinha e apertei a opção webcam, ajeitei meu cabelo e apareceu seu rosto inteiro na tela do laptop. 

- Já estava com saudades. -eu disse a ele rindo. 

- Ontem aquela festa deu o que falar, quando já era meia noite um primo meu chegou aqui, aquele que assaltou um banco aqui em Nova York. Ele estava bêbado, você não imagina o quanto dei risada. -ele disse com sua voz tremida por causa da baixa qualidade do microfone. 

- Imagino! Mas fora isso, o que fez de bom? -perguntei olhando para a tela do laptop.

- Ele chegou com um revólver, ou sei lá o que era aquilo. Quando a festa acabou, ele me fez usá-la, apontando para o chão mesmo. É uma sensação diferente, não posso dizer que odiei. -ele disse, me fazendo ficar decepcionada. 

- Para com isso, não vai te fazer bem.

- Eu só testei, Destiny, não fiz nada demais.

Aquilo não me deixava feliz, espero que já não seja o começo de um vício. Ele sempre me chamava de Destiny, mesmo eu odiando esse nome sem sentido. Só meus pais me chamavam de Destiny, esse nome foi ideia do meu pai, minha mãe amou. Minha avó sempre me chamou de Miley, não sei da onde veio esse apelido, mas eu acho melhor que Destiny.

Olhei para seu rosto na webcam, ele parecia estar entretido com outra coisa, digitava coisas enquanto dava gargalhadas. Ele era um menino deslocado da sociedade, mas se tivessem a oportunidade de conhecê-lo melhor, ele seria daquelas caras de filme que são os líderes do time de basquete e que namora a líder de torcida mais popular. Mesmo conhecendo ele apenas por webcam, eu sei que é uma boa pessoa que só precisa de um pouco mais de atenção. Voltei ao "mundo real" quando ouvi alguém bater na porta, coloquei o som no mundo e joguei o laptop pro lado e gritei "Pode entrar". Minha mãe entrou com um sorriso estampado no rosto.

- Seu pai conseguiu pegar uma folga na sexta. Vamos poder ir na casamento da sua prima! -ela disse sorrindo.

- Você está brincado? É sério? -dei um pulo e corri para abraçá-la, não consigo acreditar nisto.

- Mas para isso ele tem que sair agora 11 horas da noite, em 2 semanas, para cobrir o dia.

- Isso é ótimo, mãe. -disse e nos abraçamos mais uma vez.

Após isso ela voltou para sala e eu voltei para a cama. Tirei o microfone do mudo, vi que Justin não estava na webcam, mas pude ouvir ele e um homem falando:

"Você pode sim, Justin. Cara, não sabe o que ta perdendo." o homem dizia.

"É sério, eu não posso." Justin se defendia, comecei a ficar um pouco nervosa.

"Fuma logo, porra!" ouvi o homem gritar, ai meu deus!

- Não, Justin! -gritei para tentar impedi-lo.

- É tarde demais, garota. -o homem falou, não pode ser.

Sabia que aquilo não iria dar certo, desde o começo, quando ele roubou uma caixinha de doces de um mercado até agora. Devia ter o impedido antes, antes de tudo acontecer. A chamada do Skype desligou, e eu fechei a tela do laptop com agressividade, me deitei na cama e mordi o travesseiro (uma mania que eu faço quando fico nervosa). Minha vontade era de ir até esse tal primo do Justin e matá-lo.

Já se passou 2 horas, estava tentando fazer os deveres, mas não consigo me concentrar, não consigo nem pensar em outra coisa a não ser o fato do Justin e tal. Fechei os cadernos, sabia que hoje não era um bom dia para estudar, abri o laptop e Justin continuava offline, mandei algumas mensagens para ele, mas nem visualizadas elas foram. Estava ficando cada vez mais preocupada, ele podia ter passado mal, ter ido para o hospital e eu não vou saber. E se ele morrer? Vou ficar esperando ele me responder para sempre? Quem vai me falar que ele morreu? Meus pensamentos voaram da Terra para a Lua, acho que estou ficando é louca, isso que eu acho. Logo meus pensamentos voaram para outro assunto: o casamento. Não tinha roupa nenhuma, apenas jeans rasgados e alguns tênis, não é uma roupa a caráter para um casamento. Saí do meu quarto e desci as escadas, fui até a cozinha e peguei dinheiro em uma caixinha de remédios no fundo do armário. Avisei minha mãe que iria comprar um vestido para mim, iria talvez no centro da cidade. Entrei no meu carro, que estava em frente a minha casa. Dei partida no carro e acelerei, sem fazer algum minimo barulho, além de ser amante de carros sei praticamente refazê-lo quase perfeitamente. Em 20 minutos cheguei no centro da cidade, não era aquele centro da cidade que tinha milhões de lojas, até por que aqui é Carolina do Norte. Entrei em uma loja somente de vestidos, não queria um muito chique. Vi alguns modelos, tinha vestidos curtíssimos, médios e os longos, queria um médio mesmo. Achei um de um certo tecido (que não sei qual é, só sei de carros mesmo), ele era verde e nem um pouco chamativo, o comprimento era ótimo e o preço até que não era tão caro assim. Resolvi levar ele mesmo, não tenho a mínima paciência de ficar escolhendo roupas, na verdade odeio fazer compras. Não tinha ninguém na loja, só as funcionárias e eu, fui direto para um caixa e comprei. Voltei para o carro e coloquei a sacola do vestido no banco do passageiro, dei partida no carro e voltei para casa. Mostrei o vestido para minha mãe, e ela disse que gostou, coloquei ele no meu guarda-roupa e entrei no banheiro, tirando minha roupa e logo entrando no chuveiro. Tomei um banho bem demorado, fiquei quase todo o tempo pensando na minha vida e na do Justin, que estava sendo destruída aos poucos. Fechei o chuveiro e enrolei uma toalha no meu corpo, voltei para meu quarto e deitei na minha cama, colocando o laptop no meu colo. Justin tinha me enviado uma mensagem, que dizia:

"Destiny, precisamos conversar."

Só que ele não estava online, isso está parecendo histórias conturbadas de filmes antigos, mas não é um filme e nem qualquer outra coisa do tipo, isso é a minha vida real.

Fiquei a noite inteira esperando ele entrar, ou ao menos falar alguma coisa, não sei. Mas nada, olhava no relógio de segundos em segundos, e achava impressionante como passava o tempo sem sua resposta. Olhei para a janela, já tinha anoitecido a algumas horas, mas mesmo assim podia ver que o tempo estava horrível, o vento batia na cortina a fazendo voar (e assim permitindo minha visão). Apoiei minha cabeça no travesseiro e continuei olhando para a janela, e com o vento meu sono apareceu me fazendo adormecer em pouco tempo.


Justin Bieber...Nova York 00:48


Eu a decepcionei, eu sempre a decepciono. Se eu fizesse algo certo nessa vida...Ela sempre me avisou que isso era o começo de algo infeliz e interminável. Já que comecei, tenho que terminar! Jason está armando um assalto, e ele "conta com minha ajuda". Sei que isso é muito errado, mas por 100 mil de dólares assim fácil em um certo ponto de vista não é nada errado. O tal assalto vai ser no sábado, Jason mandou irem 1 hora antes em um balcão (em um canto vazio da cidade) com roupas totalmente pretas. Talvez possa dar errado, mas pra quê pensar negativo se pode pensar na grana que isso vai render?

A Destiny não entrou mais no Skype, preciso conversar com ela antes do "grande dia", ela me da sorte. Resolvi desligar o computador, Destiny não iria entrar mais mesmo, e afinal ela terá escola amanhã de manhã, tem que dormir cedo. Apaguei a luz do meu quarto, deixando tudo na escuridão, fechei meus olhos para que o sono viesse mais rápido, tentei deixar todos os problemas e pensamentos de lado esvaziando minha mente. E isso deu certo, quando reparei já estava dormindo!


Oi, tudo bem? 

Esse capitulo contou um pouco da história que vai prolongar a Fanfic, mas terá grandes surpresas vindo por aí! Talvez possa ter ficado um pouco cansativo, mas vocês verão o motivo mais a frente. 

Já escrevi várias outras Fanfics, mas sempre acontecia alguma coisa que a interrompia e fazia apagá-la. Então digo que tenho uma certa "experiencia" nisso. 

Acho que é só isso, um beijo e até o próximo capitulo.

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